Comerciários e MML realizam ato público unificado com entidades pró-mulheres
PRAÇA GETÚLIO VARGAS
Mobilização tem como objetivo chamar atenção para a violência e o abuso sofridos pelas mulheres assim como as desigualdades de gênero no mercado de trabalho; entidades estarão concentradas na Praça Getúlio Vargas, no próximo sábado
Santa Cruz do Sul – O Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul e Região e o Movimento de Mulheres em Luta (MML), acompanhados de outras entidades de luta realizam, no próximo sábado, dia 9, um ato público em defesa dos direitos da mulher, pela passagem do Dia Internacional da Mulher. A manifestação ocorre junto à Praça Getúlio Vargas, a partir das 9 horas. A intenção é chamar a atenção, especialmente para a violência doméstica e as desigualdades entre homens e mulheres no que se refere a cargos e salários no mercado de trabalho.
Conforme a organizadora, Clair Pereira, é papel das entidades atuarem sempre em defesa da vida e da dignidade da mulher. “Somos a maioria, ocupamos a duras penas o nosso espaço na sociedade, mas, no entanto, ainda é preciso conviver com atos de violência, desrespeito e abuso contra nós mulheres. O dia 8 de março não pode perder o sentido e nós não podemos perder a nossa voz”, justifica Clair que é Diretora do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul e Região e membro do MML.
A mobilização será concentrada junto ao busto da “mãe”, na entrada principal da Praça Getúlio Vargas pela Marechal Floriano. O grupo pede medidas eficientes para que se possa prevenir os crimes sexuais e a violência física e psicológica contra a mulher. “É preciso que haja uma consciência coletiva, ao mesmo tempo em que a prevenção às formas de violência, que na maioria das vezes acabam resultando em feminicídios sejam resguardadas por medidas judiciais potentes, de ação eficaz e de repressão à estas situações”, pontua a diretora.
Outra pauta importante destacada pela diretora do Sindicato dos Comerciários é o fim da desigualdade de salários entre homens e mulheres. Clair e o grupo do MML reforça que é necessário que no ambiente empresarial se saia do discurso e aplique-se o que determina a legislação. “As empresas precisam criar planos de ação com metas e com prazos para o cumprimento delas. Este processo precisa ser iniciado e deve contar com a participação dos sindicatos e representantes das trabalhadoras e trabalhadores. É lei e é essencial que se cumpra a lei”, diz Clair ao afirmar que este debate se tornou uma luta histórica da entidade. “Nós temos que acabar com esta forma de opressão e situação gerada pelo livre horário, no qual, as mulheres têm que deixar os filhos pequenos com familiares para trabalhar aos domingos, à noite ou até mesmo em feriados. A mulher que se recusa ao trabalho é demitida e a trabalhadora que tem filhos é vista como prejudicial ou até mesmo, um prejuízo, sendo discriminada por conta dos direitos de mãe que ela tem”, acrescenta.
O ato também será em solidariedade às vítimas do genocídio na Palestina, contra o assassinato de mulheres e crianças, que de forma inocente acabam condenadas à opressão e a morte. “Faz parte da nossa luta permanente a contrariedade às privatizações da água e da energia elétrica, porque são serviços de utilidade pública e assim precisam permanecer, pertencendo ao que é público, ao coletivo”, complementa a diretora.