Comerciários propõem reposição da inflação, mais 5% de ganho real para trabalhadores de supermercados
CONVENÇÃO COLETIVA
Assembleia virtual ocorreu nesta terça-feira, dia 21; proposta agora seguirá para negociação com o sindicato patronal e é válida para os municípios da área de abrangência do Sindicato no Vale do Rio Pardo e Região Centro-Serra
Santa Cruz do Sul – Em assembleia virtual extraordinária, o Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul e Região aprovou a proposta de convenção coletiva e reajuste anual dos profissionais de supermercado. A convenção coletiva que contempla mais de 40 cláusulas para os trabalhadores, assim como o reajuste anual foram aprovados por unanimidade na assembleia virtual, ocorrida nesta terça-feira, 21. A proposta que será encaminhada agora ao sindicato patronal prevê o preasse da inflação acumulada, segundo o Indice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais ganho real de 5% para os trabalhadores.
De acordo com o presidente do Sindicato, Afonso Schwengber, a entidade ainda não tem o índice definitivo da inflação, que deve considerar o acumulado dos últimos 12 meses, contando junto o resultado do mês de maio. “No entanto, é importante que comecemos as negociações com o sindicato patronal, pois a data-base de reajuste da categoria é o mês de junho. Nesta proposta inicial prevemos os 3,69% do INPC dos últimos 11 meses, até o mês de abril, mais o acréscimo de 5% de ganho real”, defende.
Se a proposta for aprovada, deverá ser aplicada em cima do piso salarial dos trabalhadores, que varia de acordo com município na região. Em Santa Cruz do Sul o valor atual é de R$ 1.704,00; Venâncio Aires tem como piso R$ 1.700,00, já os demais municípios do Vale do Rio Pardo e Região Centro-Serra tem como parâmetro o valor base de R$ 1.681,00. “Iremos dar início a esta negociação na expectativa de uma reposição real aos ganhos dos trabalhadores, que vai além da inflação. Este segmento do comércio é um dos que mais trabalha, inclusive para suprir a demanda provocada pelas enchentes. É justo que estes trabalhadores sejam também reconhecidos”, diz o presidente.
Além da negociação do reajuste anual, a assembleia aprovou a Convenção Coletiva, que estabelece outros benefícios, como o auxílio-creche, pagamento do trabalho em dias de feriado e mais de 40 cláusulas já estabelecidas entre os sindicatos dos empregados e patronal. “É importante destacar que se esta negociação avançar e se tornar de fato o acordo coletivo da categoria ele se torna lei. A lei maior é a convenção coletiva e todos os trabalhadores receberão uma cópia dela para terem direito a acompanhar tudo que ficou acertado”, complementa Afonso Schwengber, ao destacar que a intenção agora é dar início às negociações, formalizando a proposta ao sindicato patronal, para conclusão do acordo e reajuste anual o mais breve possível.
Manutenção sindical
Os trabalhadores que participaram da assembleia eletrônica votaram a favor também da contribuição sindical. Na proposta, o percentual de duas parcelas de 3%, e será descontado na folha de pagamento dos trabalhadores, em dois meses. “Desde a pandemia da Covid-19 o Sindicato reduziu o valor de contribuição, com a intenção de auxiliar o trabalhador. No entanto, a prestação de serviço que nós mantemos na área da saúde e toda a estrutura pró-trabalhador é financiada por estes recursos. O Sindicato dos Comerciários não recebe dinheiro de políticos e nem de outras entidades. Somos o resultado do esforço dos nossos colegas”, pontua o presidente Afonso Schwengber.
Santa Cruz do Sul – O Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul e Região realiza, na próxima terça-feira, 30, a assembleia geral para o setor lojas. O ato ocorre na terça-feira, 30, com primeira chamada a partir das 11h30min e segunda chamada ao meio-dia. Na pauta da discussão estará a votação contrária à abertura das lojas aos domingos e feriados, assim como a análise de horário especial para o funcionamento de lojas durante o fim de ano, nos dias que antecedem o Natal.
Segundo o presidente do sindicato, Afonso Schwengber, a intenção é mobilizar os trabalhadores para votação contrária à proposta das empresas em funcionamento em domingos e feriados. “Nós não somos favoráveis ao trabalho em fim de semana, assim como não concordamos que todo o comércio deve abrir em dias de feriado. Não é justo com os trabalhadores que não se tenha nenhum dia dedicado ao lazer e ao descanso em família. Quando se trabalha direto, sem folga nos finais de semana, passa a não ser cumprida a legislação, o que é um perigo para todos nós”, destaca.
Schwengber esclarece ainda que no que se refere à jornada de trabalho, a lei brasileira é clara ao regulamentar que, no máximo, o trabalhador execute suas funções com uma jornada de até 44 horas semanais, o que no comércio já é o atual regime de funcionamento de segunda à sexta-feira, com carga horária integral e aos sábados, em meio período. “Esta cláusula não pode ser excedida. Existe um estudo que é mundial e regrado por órgãos que fiscalizam a saúde do trabalhador e da trabalhadora. Não é possível ultrapassar esta medida”, acrescenta o sindicalista.
No que se refere ao trabalho em horário especial durante o período que antecede o Natal, os comerciários defendem a manutenção do acordo coletivo, promovido durante todos os anos entre os sindicatos. “Nesta época é importante que haja este horário maior para compras, pois ele representa também uma oportunidade maior de ganho para os trabalhadores, e negociado como vem sendo nos últimos anos, sinaliza com benefícios como o feriado para o Carnaval, pagamento de horas-extras e o vale-lanche para quem fica além do horário”, defende Schwengber.